De repente... Você!
Era fim de tarde. Sol se pondo lentamente. Faiscando
o céu com sombreado amarelo-vermelho. Eu caminhava perto daquele lago, passos
curtos, sem pressa... Poucas pessoas estavam ali. Caminhava sentindo aquele
vento suave em minha face, ouvindo as folhas das árvores balançarem, sentindo
aquele cheiro forte de natureza que me proporcionavam um conforto alucinante...
Anoitecia
e eu caminhava agora em direção a minha casa, apressava um pouco mais o passo,
minha mãe não aceitava que uma adolescente estivesse sozinha fora de casa à
noite, não queria contraria-la. Ao chegar em casa, tomei um banho, jantei e fui
em direção a calçada. Lá, sentei-me numa cadeira de balanço, percebi que assim
como aquela tarde no lago, a noite estava maravilhosa.
A
visão do lugar era linda. Sem muitas luzes por perto, havia uma lua enorme
naquele céu cheio de estrelas minúsculas, cuja presença mudava completamente a
paisagem e apesar de não estar chovendo fazia um friozinho bom... Um vento
suave novamente tocava minha face. Agora, ouvindo uma música lenta, relaxava
sob aquela cadeira. Olhei para a direita e percebi a luz de um farol que vinha
lentamente na minha direção. O frio começou a aumentar. Uma visão fez com que , rapidamente, minha musculatura estremecesse de forma involuntária ... era ele! Foi se
aproximando, desacelerava a moto, controversamente, meu coração acelerava, parou
e o meus batimentos dispararam. Pronunciou meu nome num tom meio que interrogativo.
Rapidamente e super atrapalhada,
levantei-me da cadeira, tirei o fone de ouvido e fui em sua direção, eram
centímetros de distância... meu sistema nervoso central simpático começara a entrar em ação. Chegava mais perto, e mais perto, minha mão suava, mesmo
assim fingi estar tudo tranquilo.
-
Boa noite!
Aquele
sorriso único, algo tão sublime de se observar, me fascinava.
-
Boa noite! Tentando manter a calma, o cumprimentei.
-
Tudo bem com a senhorita?
-Tudo bem! Sussurrei.
-
Fico feliz por isso, há um tempão não te vejo. Ao passar aqui e vê-la resolvi
parar e cumprimeta-la.
Engoli
em seco. O vento agora aumentara trazendo com mais intensidade aquele cheiro agradável que despertava mais um de meus cinco sentidos. Agradeci, ele pronunciou mais algumas palavras e partiu. Era impossível, inacreditável. Ele sabia que eu existia, se importava comigo. Eu só podia estar sonhando, era mais um sonho louco, um delírio louco. Pensei por
mais um instante, voltei a ouvir música, fiquei ali por certo tempo. Sentei-me naquela
cadeira pensando naquele
sorriso, meus olhos jamais haviam visto tal perfeição, suspirei, tentei me
concentrar na letra da música, suspirei novamente... voltei a observar a
maravilha daquela noite, imaginando coisas que não aconteceram... refletindo na
beleza daquele olhar.
Rayssa Moura
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