Ainda
sinto...
Uma amiga ao perceber meu semblante, por lástima talvez, me convidou
para uma festa, quiçá fosse isso que eu precisava. A princípio estava tudo
tranquilo, ao meu redor pessoas conversavam, riam, dançavam e eu permanecia
sentada observando uma banda qualquer e fingindo que estava gostando, tentando
disfarçar o tédio. De repente aquilo que era pra me deixar alegre e calma me
faz desmoronar, perder o domínio do pouco equilíbrio que ainda me restava.
Aquele indivíduo estava lá e, infelizmente, eu percebi que nada estava solto ou
indefinido, que o sentimento era o mesmo não mudara com o passar do tempo,
droga! Eu não conseguia disfarçar, imediatamente dirigi meu olhar para baixo,
enrubescia, sentia calafrios... Ele veio em minha direção, cumprimentou-me e
sentou-se perto de mim, muito educado e simpático começou a conversar; minha
mente estava agitada demais eu não sabia o que falar, tinha medo de dizer alguma besteira. Era extremamente difícil manter o controle, na verdade eu não queria
mantê-lo seria bom que eu não conseguisse mesmo disfarçar e que ele percebesse
logo, mas eram tantos obstáculos, eram tantos motivos que me impediam... isso não
devia acontecer. Uma amiga também estava
na conversa, ele falava e gesticulava tocava em mim e era como se "cada
terminação nervosa do meu copo funcionasse como um fio desencapado", fingi que
estava com sede e saí para tomar água e respirar um pouco, não queria me tornar
vulnerável àquele toque. A lua cheia iluminava aquela noite, aquele céu de
estrelas imóveis me fazia sentir cada vez mais impelida à solidão, voltei para
a mesa alguns minutos depois pensei que ao voltar à mesa ele estivesse ido
embora, mas me enganei, ele ainda estava lá continuamos a conversar, o assunto
era diversificado – faculdade, família, amigos – passou-se pouco tempo e ele foi
embora. Ah, e antes que eu esqueça, tudo estava definido, eu ainda estava apaixonada!